sexta-feira, 29 de junho de 2012

Vamos tirar um pouco o foco das mídias sociais?



Antes de inovar, é preciso fazer o básico de forma excelente. Que tal voltar a atenção para o produto, o ponto de venda e os canais de atendimento tradicionais?
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Ano passado, quando O Boticário lançou seu novo logotipo, tive a oportunidade de conversar com Miguel Krigsner, fundador da rede e um dos maiores empreendedores e empresários do Brasil. Perguntei sobre como ele estava planejando novas mudanças, olhando para as próximas décadas, uma vez que a marca completa 35 anos em 2012. A resposta foi emblemática. “Não sei. As coisas estão mudando muito rápido. Há quatro anos ninguém falava de redes sociais. A comunicação era totalmente diferente”.


Acredito que todos concordam com Miguel Krigsner. De fato, muita coisa mudou nos últimos anos, não apenas com o advento da mídia social, mas também com os já debatidos estabilidade e crescimento econômico brasileiro, o maior poder aquisitivo da população em geral, a crise mundial que aumentou a competitividade no país com os maiores investimentos das multinacionais e as mutações que as pessoas passaram a sofrer quando o assunto é comportamento de compra e de consumo. Vender nunca foi tão difícil num ambiente cada vez mais complexo e em transformações constantes.


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Não é, portanto, um fato isolado que está mudando tudo, mas sim este conjunto. Por isso, não é produtivo para as empresas colocarem mais esforço em uma delas, o que vem acontecendo quando o assunto é a mídia social. Apesar de algumas companhias ainda estarem engatinhando neste cenário, há uma série de outras que parecem estar supervalorizando o poder das redes sociais, dos blogs e dos mais diversos ambientes digitais de relacionamento e comunicação.



“Não coloque o carro na frente dos bois”
Sim, a mídia social é importante e deve estar entre as prioridades do Marketing hoje em dia, mas ela não é, de longe, a mais importante. Será possível que precisamos discutir que, antes de ir para as redes sociais, por exemplo, a marca precisa ter consistência? Essa consistência passa pelo básico: ter um bom produto ou serviço e um bom relacionamento é o mínimo. Assim como na propaganda, a velha máxima de que uma boa campanha pode acabar com um produto mediano se aplica à mídia social.



Não há como colocar o carro na frente dos bois. É bastante difícil, ou até mesmo impossível, uma marca ter bons resultados e uma presença digital relevante se seu produto não o for, se a sua marca não fizer a menor diferença na vida das pessoas. Preocupe-se primeiro, por exemplo, com o seu Call Center antes de abrir uma conta oficial no Twitter. Assim, você evita que o perfil vire um muro de lamentações em que os clientes só vão para reclamar da empresa, da marca e de seus produtos e serviços. SAC 2.0 é piada para quem não faz nem meio ponto zero.



Para ter atendimento online, é preciso fazê-lo com decência também no ponto de venda. Olhe para qualquer loja de departamento ou para um supermercado. Conte quantos check-outs há para registrar as vendas? Agora, se você precisar trocar algum produto, terá, se muito, uma ou duas caixas. Ok, a proporção é menor de trocas do que de vendas. Mas se tem fila é porque não atende.



As pessoas estão online cada vez mais o tempo todo e é claro que a sua marca também está. Mas voltemos ao básico: onde está o problema em ficar duas horas numa fila, por exemplo? Se os consumidores postam suas reclamações e insatisfações nas redes sociais, o problema não é monitorar estes canais, mas sim o próprio ponto de venda. Então, vamos mudar o foco. Continue olhando para a mídia social, mas não se esqueça do que é realmente relevante para os negócios e para as pessoas que compram: bons produtos, serviços e atendimento.


Fonte: Mundo do Marketing

terça-feira, 26 de junho de 2012

Os desafios da Levi’s para se manter jovem aos 150 anos


Responsável pela criação do jeans como conhecemos hoje, marca aposta em acompanhar os consumidores, as mudanças culturais do mundo e quebrar padrões pré-estabelecidos para estar sempre atual

Levis,Levi's,Levi Strauss,sucesso centenário,Water Less,Curve Id,jeansDifícil encontrar alguém que não tenha ao menos uma calça jeans no guarda-roupa. Item quase obrigatório nas sociedades ocidentais, a peça criada em 1853, nos Estados Unidos, pelo alemão Levi Strauss, fundador da Levi’s Strauss & Company, atravessou gerações e, aos 159 anos, se mantém jovem e atual. O sucesso centenário da marca se explica, em parte, pelo acompanhamento rotineiro dos hábitos dos consumidores e pela antecipação às mudanças culturais e de atitudes.


Desde os mineradores de meados do século XIX na corrida do ouro americana, passando por Elvis Presley na década de 1950 e pelo movimento hippie em 1970, a Levi’s sempre esteve presente como símbolo de quebra de padrões. No Brasil, a marca chegou em 1970 em plena expansão do mercado, caindo no esquecimento na década de 1990 e ressurgindo nos anos 2000.



A rebeldia da Levi’s, que rejeita padrões pré-estabelecidos e por isso sempre se atualiza, foi pioneira no uso de estrelas de cinema em suas campanhas de Marketing. Astros como James Dean e o próprio rei do rock, Elvis, reforçaram a atitude de mudança da empresa ao longo das décadas, de quebrar paradigmas e se unir à linguagem jovem. “A atitude de mudança é muito atrelada ao público jovem e artistas. Então sempre que tiver uma mudança cultural, a Levi’s estará muito presente”, lembra Maurício Busin, Diretor de Marketing da Levi’s no Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.

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Valores sustentáveis

Se acompanhar as incessantes transformações e atitudes do consumidor é o primeiro ponto para o sucesso centenário da Levi’s, seguir os valores instituídos pela marca ao longo desse tempo é o segundo passo. Com inovação, a empresa é pioneira em projetos de sustentabilidade, como o Water Less.



O projeto começou em 2011 e desenvolveu uma tecnologia especial para diminuir o consumo de água durante a fase de produção dos produtos. Em um ano, com três milhões de unidades vendidas, a empresa alcançou 178 milhões de litros de água economizados.  


Apesar do resultado positivo, o trabalho de consciência ambiental só foi possível com investimento focado no Marketing direto com os consumidores. Como a maior parte do desperdício de água é no pós-venda, a Levi’s incentivou o consumidor a mudar de atitude propondo que, ao invés de lavar o jeans a cada uso, lavasse, por exemplo, após ter usado a roupa por três vezes.



Com mais de 11 milhões de fãs no Facebook, a marca desenvolveu um aplicativo na rede social que engajava o público a mudar de atitude. A partir do questionamento “Se pudesse ficar sem água por um dia e isso desse acesso à água para uma família por toda sua vida, você o faria?”, os fãs tiveram que repensar suas ações.



Os resultados foram satisfatórios para a marca, que acredita no sucesso da campanha devido os valores da empresa presentes no projeto sustentável. “O que bastava era dar uma proposta em que os consumidores acreditassem. A Levi’s gasta a verba dela exatamente para mudar algo que acha que vai fazer um mundo melhor no futuro. Hoje muitas empresas acabam usando a sustentabilidade como moda, é a história da vez. A Levi’s desde seu início esteve atrelada a isso”, diz o Diretor de Marketing.


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Comunicação no DNA

O sucesso do projeto Water Less no Facebook é apenas um exemplo da comunicação efetiva que a Levi’s tem feito com seu público, formado principalmente por jovens. Ainda que use meios tradicionais para divulgar as campanhas de Marketing, a marca tem acompanhado a tendência do consumidor e investido cada vez mais em plataformas online.



O lançamento global da última campanha reforça a mudança: as ações foram feitas ao mesmo tempo no site e no Facebook da marca. “Há uma interação muito grande entre a Levi’s, a mudança cultural e as mídias sociais. Os valores são passados por meio do Marketing e interagem com os consumidores e os que buscam mudança usam a marca. É quase uma relação simbiótica e um uniforme do progresso”, avalia Maurício Busin.



A integração entre público e marca, inclusive, é o ponto crucial para estabelecer estratégias de inovação nos produtos, no próprio Marketing e nas lojas. As informações obtidas via mídias sociais são repassadas a fóruns nos Estados Unidos e no Brasil, e se unem a pesquisas realizadas em diversos países, desenvolvendo o planejamento para os próximos três anos. “Tudo inicia no consumidor para terminar no consumidor ao fim desse período”, completa.



Target: o consumidor progressivo

Antenado, amante de tecnologia, de música e bom comprador. Essas são pelo menos as quatro características principais do target da Levi’s atualmente: o consumidor progressivo. Com opinião forte e pouco influenciável, ele gosta de comprar roupa e não se veste para fazer parte do grupo, mas para se diferenciar.



As características marcantes do consumidor progressivo aparecem como principal ponto de apoio da marca para oferecer a mudança desejada. Questionador, ele deseja uma marca que se reinvente e que cumpra o que promete em campanhas como Water Less ou ações como Curved Id, que desenvolveu quatro tipos de calças levando em conta curvas femininas, após pesquisa com mais de 60 mil mulheres pelo mundo.  



Ao se dar conta do que a empresa apresenta, o público progressivo se indaga se o que é proposto, de fato, está sendo cumprido e pesquisa antes de comprar. “O consumidor não quer receber a marca de maneira fria e, quando ele nota que a teoria se cumpre na prática, ele passa a acreditar na marca e nos valores que possui. Isso gera uma conexão mais forte com a Levi’s e é o que buscamos cada vez maisdiz Maurício Busin, Diretor de Marketing da Levi’s no Brasil.

Fonte: Mundo do Marketing

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Nova peça publicitária da Nike - "Noite Mágica Futebol"

"Velhos ainda podem fazer assim depois de Tantos Anos"



Nike está saindo com um anúncio que nos dá esperança de que só porque um dia vamos ser velhos não significa que temos de agir todos velhos e nunca ter alguma diversão. Enquanto a idade pode retardar um jogador de futebol ex-baixo fisicamente, ele nunca vai tirar a sua paixão pelo jogo.

No anúncio, chamado Night Magic futebol, vemos um grupo de homens escorregar para fora de suas casas no meio da noite e transgressão em um campo de futebol para reviver a glória da sua juventude. Enquanto no campo, as ações dos jogadores mais velhos são intercaladas com os seus próprios jovens.

Na modo tipico da Nike, o anúncio é edificante e fala com o atleta sobe o interior de todos nós. E pra fechar com chave de ouro, um slogan, que particularmente adorei, o slogan 'Just Do It' foi substituído por um mais apropriado à ocasião, Nós ainda estamos fazendo isso.

Assistam o vídeo:




Fonte: Abrants

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sony detalha ações de Marketing para a Copa 2014


Companhia aproveitará o investimento de US$ 305 milhões na parceria com a Fifa para divulgar a marca no gramado, nas redes sociais e até na música oficial


A Copa do Mundo se aproxima e as marcas começam a tomar as decisões para aproveitar o evento no Brasil e ganhar visibilidade entre os consumidores. Para ser parceira da Fifa, as empresas desembolsam cerca de US$ 200 milhões e recebem uma série de possibilidades exclusivas para divulgar sua marca. Em 2007, a Sony entrou para este rol privilegiado, com um contrato de US$ 305 milhões, valendo até a próxima Copa. Para aproveitar o investimento e o status como parceira na categoria “Vida Digital” em 2014, a empresa conta com uma plataforma de ações que 

inclui as possibilidades de lançar produtos em edição especial com a temática, levar consumidores para tirarem fotos das partidas, além de gravar o tema oficial com músicos brasileiros da Sony Music.
Sony detalha ações de Marketing para a Copa 2014
O carro-chefe da Sony para a Copa será o 3D, que já ganhou destaque em 2010, quando a companhia utilizou câmeras profissionais para gravar as partidas utilizando a tecnologia. O objetivo é consolidar o investimento em televisores capazes de reproduzir imagens
tridimensionais. Para 2014, o foco será ainda reforçado.

“O mote da Sony para a Copa 2014 será a integração dos produtos eletrônicos com o 3D. Usaremos este tema desde a apresentação de produtos até realizando ações com torcedores que serão depois aproveitadas pela tecnologia. As mídias sociais terão destaque nas
divulgações, e buscaremos integrar internet e celular, usando a tática de gaming”, diz Fábio Laudísio, Diretor do Projeto Sony / FIFA para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, durante o Seminário Gestão Esportiva FGV.  

Aproximação pela música
Uma das principais ferramentas para se aproximar do consumidor é a música. A Coca-Cola, que também é parceira da Fifa, é uma marca que reforça esta plataforma. Para as Olimpíadas de 2012, em Londres, por exemplo, o mote das divulgações será a música, por meio de uma
parceria com o produtor Mark Ronson. Para a Sony, que atua como gravadora com a Sony Music, este aspecto pode ganhar mais relevância.

Em 2010, na Copa da África do Sul, a Sony criou a música Waka-Waka para ser a oficial do evento, gravada por sua artista Shakira. Deter a música oficial por contrato, no entanto, não impede que outros temas não oficiais sejam feitos. Apesar do sucesso da canção de Shakira,
outra melodia que ficou muito conhecida e relacionada com a Copa foi criada pela Coca-Cola, com simples três notas. Para 2014, a Sony pretende reforçar a estratégia e reinar, contratando músicos brasileiros.

“A Sony obtém o direito preferencial para criar a música oficial da Copa do Mundo. Para 2014, podemos utilizar alguns dos vários bons artistas brasileiros que temos para cantar o tema. A Sony Music Brasil tem Cláudia Leitte, Skank, entre outros”, afirma Laudísio.
Faltam ingressos
Um dos principais trunfos das empresas parceiras são os ingressos. Será difícil sobrar algum para o brasileiro comprar. Segundo estimativas, cerca de 80% das entradas não vão para o público, mas para empresas e para a Fifa. Em um país como o Brasil, onde futebol significa paixão, o programa de ingressos, restrito aos patrocinadores, será uma ferramenta muito importante, que alimentará o desejo dos torcedores de assistir aos jogos.

Para aproveitar a oportunidade, as companhias associadas ao evento começam a realizar sorteios e promoções que dão entradas para as partidas, já que as 
Sony detalha ações de Marketing para a Copa 2014
vendas serão iniciadas em agosto. Outra opção são os Fan Fest, exibições oficiais das partidas realizadas pela Fifa em locais públicos. Na Copa de 2010, o espaço em Copacabana, no Rio de Janeiro, atraiu mais público do que alguns estádios sul-africanos.

A Sony terá, além do logo nas Fan Fests a serem montadas em 2014, displays para testes de produtos no local. Serão 12 no Brasil e seis ao redor do mundo, em lugares ainda não revelados. Também não está fora dos planos da empresa realizar exibições independentes em áreas exclusivas, para contornar as fortes restrições da Fifa.
Ativação no gramado
Um dos maiores benefícios dos parceiros da Fifa é a permissão de realizar ativações dentro do estádio. “A ativação no estádio é um grande trunfo, porque temos a chance de nos aproximar de três milhões de consumidores em um momento de grande emoção”, diz Laudísio. Entre as ações permitidas, e que serão aproveitadas pela Sony, estão conteúdo do telão, camarotes, sorteio de ingressos, publicidade no local e exposição ao redor do estádio.

“Enquanto a Coca-Cola usa o entorno do estádio para se aproximar a partir de dança e música, o perfil da Sony é mais de realizar exposição dos produtos 3D, com interatividade”, diz Lausídio. Uma possibilidade que está sendo estudada pela empresa é a realização de algo semelhante ao que a Budweiser, cerveja da Ambev e oficial da Copa, fez em 2010, com o Man of the Match, quando escolhia ao fim da disputa o melhor jogador da partida. A ideia é prender a atenção do torcedor assim que o jogo acaba e gerar relacionamento.
Uma das iniciativas criativas que estão sendo planejadas é levar fãs para assistirem ao jogo atrás do gol e virarem fotógrafos. A pessoa selecionada produzirá conteúdo para as redes sociais da empresa, mostrando que está no local e exibindo suas fotos. Outra oportunidade
será a participação, tradicional, de seis crianças carregando a bandeira. Alinhada à plataforma de ações que busca aproximar a marca da família brasileira, a Sony distribuirá câmeras para os pais das crianças tirarem fotos. Tudo a ser posto no Facebook.

Produtos Licenciados
Outro assunto a ser pensado é o lançamento de produtos oficias da Copa do Mundo 2014 em edição limitada. Entre as opções pensadas pela companhia está uma máquina fotográfica com o tema Brasil 2014, a ser distribuída, principalmente, para os pontos de venda em aeroportos e perto de estádios.

Em julho de 2011, a Sony criou um Playstation 3 em homenagem à Copa 2014, mas com apenas cinco unidades, com o objetivo de gerar conhecimento sobre a associação da marca ao evento. Os consoles receberam pintura à mão com o logo da Copa e a bandeira do
Brasil. Para apresentar o aparelho, a Sony aproveitou o sorteio das eliminatórias da Copa, que também está no cont
Sony detalha ações de Marketing para a Copa 2014
rato.

Na ocasião, os aparelhos foram entregues para três instituições que unem o futebol a atividades sócio-educativas: Escola Zico 10, a Fundação Cafu e a organização internacional Save The Children. Os outros dois foram sorteados para jogadores, o que acabou virando assunto no Twitter.
Outros eventos
Assim como no sorteio das eliminatórias, a Sony aproveitará para realizar ativações em ações relacionadas à Copa. De acordo com o pacote fechado com a Fifa, a empresa japonesa pode participar de uma série de eventos, como a Copa do Mundo de Futsal e jogos de caridade. Além disso, terá 10 eventos ligados a futebol criados pela própria empresa até 2014, nos quais buscará parcerias com outros patrocinadores. Outra opção são ações nos Centros de Treinamentos das Seleções, que devem ganhar um destaque maior em 2014.


Para apoiar todas as iniciativas, a empresa reforçará seu envolvimento com a Copa, dentro e fora do ambiente institucional. Em todos os materiais de divulgação e no ponto de venda, estarão frases como “Estamos com a Copa”. Internamente, existem as possibilidades de realizar campanhas de incentivo que darão ingressos para as partidas, atletas patrocinados chamados para eventos na empresa e ambientação do local de trabalho.

“O projeto deve vir de dentro para fora. Temos que envolver todos os colaboradores e mostrar que somos parte da Copa do Mundo”, diz Laudísio.

Fonte: Mundo do Marketing

Sony quadruplica pesquisas e muda após conhecer melhor o consumidor.


Nos últimos dois anos, companhia quadruplicou ações e analistas chegaram a visitar e dormir nas casas dos consumidores para entender seus comportamentos e como lidam com as marcas.


Há dois anos, a Sony Brasil ampliou em quatro vezes seus investimentos em pesquisas, que auxiliaram no reposicionamento e rejuvenescimento da marca, além da democratização dos produtos. Cada dia mais, a companhia entende que a receita para o sucesso em vendas de produtos está no conhecimento profundo sobre o consumidor. As análises desenvolvidas são amplas e incluem desde simples questionários de múltipla escolha até vivência direta com eles.
Ao longo do ano passado, a Sony investiu no convívio com o target chegando, ao todo, a mais de 100 residências visitadas e, em algumas delas, os analistas chegaram a dormir. O trabalho teve o objetivo de se aproximar do comportamento das pessoas e seus hábitos, tanto relacionados ao estilo de vida quanto à interação com as diferentes marcas.
“A Sony sempre investiu intensamente em pesquisas, mas esse foi um estudo muito interessante, porque pudemos analisar como os consumidores se comportam durante o dia e assim que acordam. Observamos com quais produtos interagem logo pela manhã e quais as principais marcas que utilizam”, explica Carlos Paschoal, Gerente Geral de Marketing e Inovação da Sony Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Foco na classe C
As análises mais profundas foram intensificadas, sobretudo, com o objetivo de compreender a percepção do posicionamento damarca no mercado. Ao visitar residências de consumidores, o foco da Sony era a classe C, para ampliar a penetração da marca neste segmento, aproveitando a expansão do potencial de compra deste grupo.
As pesquisas mostraram que a chamada nova classe média é mais ligada à família e às relações sociais. Segundo o estudo, 44% das mulheres cuidam de filhos de vizinhos pelo menos uma vez por mês, enquanto nas classes A e B esse índice soma apenas 3%. Outro ponto mostrado foi que os produtos são compartilhados entre os núcleos familiares e os círculos de amizade.
“Percebemos que o consumidor de Classe C compartilha mais os seus produtos que, a cada dia, estão em uma casa. A relação com a marca também é diferenciada entre este público. Eles a enxergam como uma amiga. É um consumidor mais passional, intenso”, completa Paschoal.
sony,pesquisa,tablet,mini system,reposicionamentoDiálogo constante
O diálogo direto é outra estratégia da Sony para alcançar seu target com maior eficiência e criar produtos que atendam às demandas dos clientes. Atualmente a companhia conta com um grupo de consumidores com os quais se reúne mensalmente para conversas. Nesses encontros, protótipos de equipamentos são apresentados para que eles indiquem onde existem erros e quais mudanças gostariam de observar para tornar o produto mais funcional ou bonito.
“O principal ponto que vimos com relação ao consumidor da classe C é que ele não busca produtos mais baratos, mas, sim, que tenham qualidade. Eles estão dispostos a fazerem um investimento mais alto para terem um aparelho bonito, bem estruturado e esperam que não dê defeito no futuro. É uma escolha na qual não podem errar, porque não possuem a mesma facilidade de troca que as outras classes”, diz o Gerente Geral de Marketing e Inovação da Sony Brasil.
Esse diálogo e a estratégia de atender a chamada nova classe média guiaram a criação de um dos principais lançamentos da marca no ano passado. O Mini System Sony foi pensado para este consumidor e, apesar de custar mais de R$ 2 mil, bateu recorde de vendas em 2010, ficando entre os mais vendidos no Brasil e tendo seu lançamento estendido para toda a América Latina.
“Criamos esse produto a partir das conversas com os consumidores e o lançamos focando principalmente na Classe C. Apesar de não poder divulgar os números, posso dizer que foi uma das maiores vendas da Sony Brasil nos últimos tempos. Isso comprova que nosso consumidor busca qualidade antes do preço”, afirma Paschoal.
sony,pesquisa,tablet,mini system,reposicionamentoInteligência de mercado
A Sony atua, além das pesquisas quantitativas e qualitativas, com análises de recall de marca e recall de ações de Marketing, para obter dados sobre o impacto das iniciativas da marca nos consumidores. No setor de inteligência de mercado, analistas de Trade Marketing de cada região do Brasil também entendem profundamente os diferentes mercados.

As lojas próprias, baseadas no conceito de brand experience que vêm sendo abertas pela Sony em algumas das principais cidades do país também têm o objetivo de estreitar essa relação e servir como laboratório para entender ainda mais o comportameento do consumidor e suas reações diante dos produtos da marca.
Esse diálogo permanente guiou o reposicionamento da Sony no mercado, que busca se apresentar como uma marca mais jovem. Uma pesquisa Top Of Mind realizada pela UOL mostrou que a empresa é líder em internet, o que fez com que fosse feito um investimento ainda maior no relacionamento digital. A marca hoje interage intensamente com seu target por meio de redes sociais, sempre com uma linguagem jovem e estimulando a interação.
“Sempre investimos no digital, que é uma plataforma cada dia mais importante, porém, a pesquisa fez com que intensificássemos esse diálogo e agora estamos focados em todo um trabalho para rejuvenescer e tornar a marca mais dinâmica”, diz Paschoal.
A tecnologia Sony Link, apresentada recentemente pela empresa também é fruto desse conhecimento do público-alvo. “Percebemos que nosso consumidor busca produtos que interajam entre si. E é justamente isso que o Sony Link, tecnologia presente no tablet que estamos lançando no Brasil, pretende oferecer. Outro ponto importante foi que também decidimos juntos com os consumidores quais aplicativos seriam instalados no produto, mesmo ele sendo importado da sede japonesa”, conta Paschoal.

Fonte: Mundo do Marketing